Waguinho condena `time de aluguel´ e críticas oportunistas ao Guarani
Coordenador de futebol defende planejamento de médio a longo prazo
Um dia após a confirmação do rebaixamento do Guarani à Série B do Campeonato Brasileiro, Waguinho Dias foi o porta-voz da diretoria para tentar explicar mais um fracasso alviverde em 2010. Em entrevista coletiva na tarde desta segunda-feira (29), o coordenador de futebol condenou a montagem de um “time de aluguel” e as críticas oportunistas ao desempenho da equipe. Além da queda, o Bugre também não conseguiu o acesso na Série A2 do Paulista e passará o ano do seu centenário em divisões inferiores.
Waguinho falou por aproximadamente 50 minutos na sala de imprensa do Estádio Brinco de Ouro da Princesa. Entre diversos assuntos, ele apontou uma solução para as recentes decepções e enfatizou a necessidade de um planejamento a médio e longo prazo. De acordo com o dirigente, firmar acordos curtos com jogadores prejudica a sequência de um trabalho.
“Para acabar com esses descensos, o clube precisa ter mais jogadores pertencentes ao Guarani. É preciso olhar mais para o departamento amador. Não podemos ficar fazendo 20, 30 contratações a cada seis meses. O elenco tem de ser prolongado, para não ficar somente como se fosse um ‘time de aluguel’”, afirmou Waguinho.
Sem condição financeira de bancar contratações, a diretoria apostou em empréstimos para formar um grupo com nomes até certo ponto conhecidos e uma folha salarial cara para a realidade bugrina. Dos 11 titulares que iniciaram a derrota para o Grêmio, por 3 a 0, no domingo (28), seis foram cedidos ao Guarani por outros clubes.
O goleiro Emerson pertence ao União São João, o lateral-esquerdo Márcio Careca é do Vasco, os volantes Maycon e Paulinho têm vínculo com o Internacional, o meia Diego Barboza está preso ao Paulista, de Jundiaí, e o atacante Mazola voltará ao São Paulo. O volante Renan também é do Tricolor, sem contar Roger, que saiu negociado pelo clube do Morumbi para o futebol japonês quando era o artilheiro do Brasileirão.
Além dos emprestados, Baiano e Fabão, por exemplo, têm os contratos encerrados no fim do ano e a dupla de veteranos está com o futuro incerto no Guarani. Apesar de admitir o erro na proposta de montagem do elenco, Waguinho Dias não aceita ouvir que tudo foi feito de maneira errada para a disputa do Brasileirão. Na reta final, o técnico Vagner Mancini criticou a falta de reforços antes do fechamento da janela de inscrições.
“Agora tudo é ruim. Hoje é fácil detectar erros. Quando a gente estava bem, nada estava errado. Só que, infelizmente, ficamos 12 partidas sem vencer. Quando ainda tínhamos a oportunidade de contratar, estávamos jogando bem, em nono lugar, com jogadores ainda para estrearem. O Mancini ele se arrepende de não ter insistido. Tudo foi conversado em conjunto. Na oportunidade, achávamos que tínhamos atletas suficientes para ir até o fim. Se falar que tudo foi errado, eu descordo”, disparou.
Entre os motivos que causaram o rebaixamento do Bugre, Waguinho nega que os salários atrasados foram determinantes. “Os salários nunca ficaram atrasados a ponto de ser o culpado pelas derrotas”, disse. Para o futuro, o dirigente garante que continuará no clube e revela que o anúncio de contratações, dispensas e renovações será feito somente após o término do Brasileirão. Até mesmo a permanência de Vagner Mancini será discutida depois do jogo de domingo, contra o Fluminense, domingo (5), no Rio de Janeiro.
“Vamos esperar terminar o Brasileirão para não causar constrangimento interno. Não conversamos com nenhum para renovar. Também tem jogadores que a gente já vem analisando há algum tempo e, depois do Brasileirão, serão divulgados. A situação do Vagner Mancini ainda não está definida. Vamos sentar e conversar e ver o que será melhor para o Guarani”. O goleiro Weverton, de 23 anos, reserva do Vila Nova na Série B, está praticamente fechado. “Ele (Weverton) foi bem recomendado por todas as pessoas consultadas”, comentou.
Foi o sétimo descenso do clube campineiro em dez anos. Anteriormente, o Bugre, campeão brasileiro em 1978, havia caído no Paulistão, em 2001, 2006 e 2008, no Torneio Rio-São Paulo, em 2002, no Brasileirão, em 2004, e na Série B, em 2006. No Paulistão de 2001 e no Torneio Rio-São Paulo de 2002, porém, o Alviverde não chegou a sofrer com as consequências práticas do rebaixamento em razão de viradas de mesa.
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